terça-feira, 25 de junho de 2013

Conheça a doença das mãos azuladas.

Síndrome de Raynaud aparece com frequência em dia frios e atinge mais mulheres.

Foto: Arquivo pessoal (http://saude.ig.com.br/)
Dedos azulados pela má circulação causada pela Síndrome de Raynaud

Ela sofre de uma hipersensibilidade ao frio conhecida como Síndrome de Raynaud (ou doença de Raynaud), que afeta a circulação deixando extremidades das mãos, pés, nariz ou orelhas com uma coloração azul/arroxeada.

“Nos dias frios piora muito. Os pés ficam gelados e insensíveis. Parece que estou andando em nuvens, mas é desconfortável”, afirma.

Quem tem a doença pode manifestá-la no simples ato de lavar as mãos com água fria, por exemplo, ou ao permanecer em um ambiente com ar-condicionado.

FENÔMENO DE RAYNAUD, SÍNDROME DE RAYNAUD E DOENÇA DE RAYNAUD

Conjunto de sinais e sintomas demonstráveis em capilares e artérias. É uma moléstia funcional, que surge em pacientes hipersensíveis frio ou por estresse emocional.



Fenômeno de Raynaud



É um episódio de constrição de pequenos vasos, desencadeando alterações da cor da pele das extremidades, ora com palidez, ora com cianose (extremidades roxas), seguidas ou não de hiperemia reacional (vermelhidão). 
Fenômeno de Raynaud que pode ser causado por:  
  • traumas, como nos britadores, datilógrafos, pianistas;
  • trauma cirúrgico (distrofia simpático reflexa);
  • lesões compressivas, como na síndrome do túnel de carpo;
  • alterações na coluna cervical e outras.
Doença de Raynaud

São crises do fenômeno de Raynaud provocadas ou acentuadas pelo frio e pelas emoções.

Detalhes:

O fenômeno de Raynaud (FRy) caracteriza-se por episódios reversíveis de vasoespasmos de extremidades, associados a palidez, seguido por cianose e rubor de mãos e pés, que ocorrem usualmente após estresse ou exposição ao frio. O FRy primário é um evento funcional benigno e não está associado a nenhuma doença ou condição subjacente. Já o FRy secundário pode estar associado a uma série de condições, principalmente a doenças reumáticas autoimunes. Na esclerose sistêmica (ES), o FRy é a manifestação inicial mais frequente. No FRy secundário às doenças do espectro da ES, complicações como lesões isquêmicas de extremidades são frequentes. Nos últimos anos, avanços no estudo da fisiopatologia do FRy e da doença vascular na ES propiciaram o surgimento de opções terapêuticas bastante promissoras para essa manifestação. Nesta revisão pretendemos discorrer principalmente sobre a patogênese, a investigação clínica e o tratamento do FRy, com ênfase nos novos tratamentos disponíveis.

Fenômeno de Raynaud primário

É um termo utilizado para indicar um paciente sem outra doença. A maioria das pessoas com fenômeno de Raynaud é considerada como fenômeno de Raynaud primário, sem doença subjacente. Estudos recentes revelam que cerca de 30% das pessoas com fenômeno de Raynaud primário têm um parente de primeiro grau com a mesma condição. Este fato sugere que pode haver um gene específico associado ao fenômeno de Raynaud, mas até o presente momento nenhum gene foi identificado.

Fenômeno de Raynaud secundário 

É um termo utilizado quando existe uma doença definida associada ao fenômeno de Raynaud. Existem várias causas de fenômeno de Raynaud secundário, associadas ao dano aos vasos sanguíneos, alteração do controle nervoso dos vasos sanguíneos, ou associação com fatores circulantes anormais.

As doenças mais comumente associadas ao fenômeno de Raynaud são as doenças reumáticas, especialmente esclerose sistêmica, doença mista do tecido conjuntivo, lupus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjogren, e dermatomiosite. Aproximadamente 95% dos indivíduos diagnosticados como esclerose sistêmica têm fenômeno de Raynaud.


Desencadeantes

Além da baixa temperatura, o estresse pode ser um gatilho para o problema, já que leva a uma resposta semelhante à exposição ao frio. Mas outros fatores também podem provocar essa manifestação, como a utilização de anticoncepcionais orais ou remédios contra a pressão alta, a exposição a solventes químicos ou ainda o cigarro.

“Além dessas associações, essa condição pode estar ligada a doenças reumáticas, como a artrite reumatoide, ou autoimunes, como o lúpus”, alerta a reumatologista Evelin Goldenberg, diretora da clínica que leva o seu nome, na capital paulista.

“É extremamente importante avaliar os medicamentos em uso e primordial diagnosticar se há alguma doença maior em que a constrição dos vasos seja apenas uma manifestação”, completa. Em casos relacionados a outras doenças, ela é chamada de Fenômeno de Raynaud e pode desaparecer assim que o problema principal for tratado.

Tratamento não medicamentoso

Os pacientes com FRy leve podem ser conduzidos apenas com medidas de proteção ao frio. Temperaturas mais elevadas são consideradas o melhor tratamento para o FRy. Nesse sentido, todos os pacientes devem evitar exposição ao frio e utilizar roupas quentes, além de luvas, toucas etc. Deve-se também evitar o uso de agentes que causem vasoconstrição importante, como drogas simpaticomiméticas, clonidina, ergotamina, cafeína e betabloqueadores. O controle das emoções e ansiedade através de terapias que reduzam o estresse pode ter efeito benéfico, pois o estresse pode desencadear ou agravar a vasoconstrição. Para pacientes com ES, o tabagismo deve ser proscrito.37,38

Algumas terapias alternativas como acupuntura, terapia com laser de baixa intensidade e luvas impregnadas com cerâmica mostraram resultados pouco expressivos.


CONCLUSÕES



O fenômeno de Raynaud é relativamente frequente na população geral, sendo importante a diferenciação entre FRy primário e secundário. O tratamento do FRy tem sofrido avanços com o advento de novas drogas com potente ação vasodilatadora. No entanto, proteção ao frio e uso de bloqueadores do canal de cálcio são ainda os tratamentos de primeira escolha. Associação terapêutica e novas drogas vasodilatadoras devem ser utilizadas em pacientes que não responderam às medidas iniciais e às drogas bloqueadoras de canal de cálcio. Novas alternativas, como os antagonistas dos receptores de endotelina 1, os inibidores da fosfodiesterase V e os análogos da prostaciclina parecem ter lugar no manejo de úlceras isquêmicas de difícil tratamento, principalmente em pacientes com ES.

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?489
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/ang/v7n1/v7n1a02.pdf 

Nenhum comentário:

Postar um comentário